Liberdade. Talvez seja essa a palavra que resuma todas as sensações dessa enlouquecida aventura.
Depois que ouvimos a mensagem no metrô eu disse:
- Zé, sempre quis parar aqui e conhecer a Liberdade.
Havia algo naquele local - pelo menos na imagem que eu fazia dele - que me fascinava. Talvez fosse minha curiosidade pela cultura oriental, ou então meu fetiche pelas garotas de olhos puxados - eu tinha a doce ilusão de que neste bairro até mesmo as prostitutas seriam japonesas - , não sei dizer por que sentia tanto desejo de ir ali. Só sei que meu desejo queria me arrastar para lá de qualquer maneira.
Meu amigo então respondeu:
- Cara, vamos descer então.
- Sério?
Por um momento eu senti um grande frio na barriga. Minhas entranhas começaram a se contorcer, não sabia se por medo, ansiedade ou excitação.
- Sério. Quando estive em Paris com Marília, seguiamos todos aqueles roteiros prontos para turistas, mas teve um dia em que me enfezei e disse: "Quer saber de uma coisa, que se foda tudo isso" e amassei todos os guias e roteiros. Daí, eu e Marília olhávamos para o mapa do metrô, escolhíamos uma estação que nos chamasse a atenção e descíamos.
- Putz! É mesmo? Sério?
- É. A gente descia, olhava, curtia e depois voltava para o metrô, a fim de escolher outra estação qualquer e fazer a mesma coisa. O barato é esse, andar por lugares diferentes. Aqueles que não estão inclusos nos roteiros são os mais legais.
- Ah, Zé. Então vamos...
Quando o metrô parou descemos e seguimos o fluxo da multidão que nos empurrava direto para a saída. Aos poucos começamos a ver os raios de sol que iluminavam a porta.
Enfim, um pouco de Liberdade.
12.6.08
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3 comentários:
Cara, esse "enfim, um pouco de liberdade", ficou digno de kerouac!
Continue!!!
Que eu posso dizer?!! Esse é meu parceraço!!! Seja na Bahia, RS ou em SP, sempre andamos tortos, porém com a compulsória sensação de conhecer o desconhecido e tentar se encontrar um pouco nele!!
Abraço, meu irmão!
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