29.7.08

Flor de lótus

Estávamos sedentos por novidades, cheiros, gostos, rostos, objetos, curiosidades. Dali pra frente foi uma surpresa atrás da outra. Eu e Zé entrávamos em toda e qualquer porta, galeria, loja e o que mais nos interessasse.
Eram utensílios de culinária oriental, roupas, relógios, espadas samurais, artesanatos, lanternas japonesas. Enfim, um universo contido no espaço de um único bairro.
Passamos por um viaduto. Nas calçadas se dava uma feira, meio que de improviso. Precárias mesas exibiam as mais diversas mercadorias: iguarias orientais, animes, dvds e cds piratas de música japonesa e até mudas de flor-de-lótus.
Pela primeira vez na vida vi uma flor-de-lótus. Era muito bonita, exótica. É o tipo de coisa que você ouve falar durante toda sua existência, mas que nunca espera encontrar até dar de cara com ela à venda bem ali, no meio da calçada.
Andamos que andamos até chegar ao final do fluxo, pessoas e movimento. De repente estávamos diante de uma rua qualquer, com o negrume de seu asfalto, as calçadas cinzentas e as paredes sem graça. Então, demos meia volta e retornamos ao fluxo da multidão, mas dessa vez no sentido contrário.

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